'As Sombras de uma Azinheira' é o mais recente livro de Laborinho Lúcio
O ex-ministro da justiça esteve na Biblioteca Municipal da Nazaré para apresentar a sua obra
Álvaro Laborinho Lúcio regressou à Biblioteca Municipal José Soares para apresentar mais um livro, "As Sombras de uma Azinheira", o seu mais recente romance.
Trata-se de uma história que celebra o 25 Abril, data que está à beira de completar 50 anos em liberdade e democracia.
“É um romance puro e duro, que mete paixões, amor, morte, tudo o que um romance precisa de ter para as pessoas se entusiasmarem com a história”, explicou o autor.
Laborinho Lúcio quis assinalar o meio século e vida da liberdade e democracia com uma obra que ajude o leitor a questionar a data.
“É, sobretudo, um romance que escrevi porque queria ter um romance sobre 25 de abril a ser publicado nos 48 a anos do Pós 25 de abril, que foi exatamente o que aconteceu. Não é um romance histórico ou político, mas antes um romance que envolve cada um dos leitores na própria perspetiva política que tem do 25 de Abril. A ideia ao escrevê-lo foi esta. Aproximam-se os 50 anos do 25 de Abril e mais importante do que fazer em cada ano uma celebração igual a todas as outras é pegar nos 50 anos e fazer a grande celebração, que é projetar os próximos 50 anos, pôr dúvidas, questões, inquietações”.
Para levar o leitor a refletir sobre esta importante data na história do país, que fechou o longo capítulo da ditadura, o autor escolheu duas gerações, cujas perspetivas da data estão separadas pela vivência de cada uma.
“O romance é contado por duas personagens principais: um pai e um filho. O pai que vai contar os 45 anos antes do 25 de Abril e o filho que nasceu nesse dia, e que em situações romanescas, vai contar o Portugal depois do 25 de abril, nos 45 anos até ao momento em que acaba historicamente o romance”.
O envolvimento do leitor com a história e uma data marco do país é tentado por via de muitos outros factos.
“Há imensas coisa lá dentro que o torna, espero eu, de leitura agradável. Gostaria que os leitores sentissem ao lê-lo o mesmo prazer que eu tive ao escrevê-lo.”
SINOPSE
Não é uma madrugada como as outras, aquela em que vai nascer o primeiro filho — ou a primeira filha — de Maria Antónia e João Aurélio: é a que muitos esperavam e agora começa a tomar forma nas movimentações das tropas pelas ruas de Lisboa e do Porto. Haverá um antes e um depois desta «manhã inicial», em que nasce a criança e renasce um país de um longo período de trevas.
Mas a almejada revolução e a vinda do bebé perdem todo o significado para João Aurélio no momento em que se cumprem: Maria Antónia morre no parto, deixando o marido e companheiro de luta desolado e definitivamente distante da vida dos vivos.
Enquanto a criança é acolhida e criada pelos tios (a irmã de João Aurélio e o marido) e Portugal dá os primeiros passos numa nova existência democrática, João Aurélio, o antigo militante, o utópico, mergulha no isolamento e na loucura, na obsessão do passado e da morte.
Catarina cresce longe do pai, procurando saber quem realmente é, no que faz e se propõe fazer, com tudo o que isso implica: liberdade, incerteza, contradição, dúvida, risco. Em paralelo, a jovem vida em democracia do país procura desenvolver-se, libertando-se dos seus atavismos históricos e de um passado idealista.
Portugal, nos quarenta e cinco anos que antecederam o 25 de Abril, contado através da história familiar e política de João Aurélio; e Portugal, nos quarenta e cinco anos que se seguiram à revolução, narrado pelo percurso indagador de Catarina. Entre estas e muitas outras personagens extraordinárias — e a inerente diversidade de olhares e perspetivas, passados e presentes — se conta a história da cisão entre pai e filha e a da relação entre a «azinheira» e as suas sombras
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