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Ampliaqua instala-se com inovação e investigação no Porto da Nazaré
A maior unidade de aquaponia do país que combina aquacultura e hidroponia livre de produtos químicos.
Foi apresentada, esta terça-feira, 23 de abril, a AmpliAqua®️, uma empresa inovadora no campo da aquacultura, que combina aquacultura e hidroponia de forma sustentável, a instalar-se no Porto da Nazaré. Esta unidade comercial exemplifica como a aquacultura pode adotar práticas mais sustentáveis ao integrar funções inovadoras em matéria de resíduos sólidos.
A unidade da Nazaré oferece um potencial para criar sistemas agroalimentares mais sustentáveis e resilientes, utilizando menos terra, menos água e, ao mesmo tempo, ajudando a mitigar as emissões de CO2.
O Presidente da Câmara, Manuel Sequeira, manifestou a sua satisfação por este novo investimento: “recebemos, de braços abertos, este tipo de investimentos e tudo faremos para o replicar”.
O autarca considera que “o Porto da Nazaré tem um potencial de desenvolvimento único no nosso país” e, também por isso, “deve ser o porto de abrigo para projetos de inovação, de alto valor acrescentado, que possam desenvolver o planeta e torná-lo melhor para as gerações vindouras”.
“Este é um investimento que se integra claramente no cluster de desenvolvimento que temos vindo a defender e que fizemos questão de explanar no programa que sufragámos aos habitantes do nosso concelho. Um cluster focado no desenvolvimento de técnicas de muito valor acrescentado, que ligam o mar e a terra ao desenvolvimento sustentável”, disse o Presidente da Câmara, salientando que “a junção da Ampliaqua ao nosso ecossistema só poderá resultar numa ainda melhor promoção do nosso território, nomeadamente num nicho que tem todo um mundo por conquistar”.
Sérgio Faias, Presidente do Conselho de Administração da Docapesca, afirmou que o Porto da Nazaré “é muito importante para o desenvolvimento da Região” e que “toda a frente marinha acaba por ter um grande potencial de aproveitamento”.
O investimento em hidroponia, combinado com o que irá ser a aquacultura, tem grande importância, nesta fase inicial, de um pequeno laboratório, onde se irão experimentar várias técnicas, a partir das quais se vai criar conhecimento que pode ser, depois, aproveitado noutros locais.”
“Com base neste olhar sobre o futuro quisemos criar este cluster da Aquacultura da Nazaré que, na prática, quer agregar um conjunto de outros investimentos que estão, hoje, aqui, a dinamizar-se.”
A unidade da Nazaré representa um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros (1ª fase) e “irá potenciar a possibilidade de se produzir pescado e aproveitar, num circuito fechado, tudo aquilo que essas águas permitem fazer, produzindo Húmus da melhor qualidade, algas, e fazer a otimização dos processos, reduzindo os consumos de energia e emissão de gases de efeito de estufa, que contribuem para as alterações climáticas.”
“Estamos a trabalhar a fase 2 e 3, em conjunto com a BGI, para expandir o atual investimento e dar um contributo maior para o cluster da aquacultura”.
A iniciativa pioneira em Aquaponia, que se apresenta como pronta a revolucionar a indústria da aquacultura, focaliza-se na criação de uma unidade com um sistema aquapónico inovador, que incorpora técnicas de vanguarda para lidar
com os desafios que afetam a aquacultura tradicional, abrindo caminho para um futuro mais sustentável e viável.
Nesta primeira fase, o projeto deverá criar 7 empregos altamente qualificados, em diversas disciplinas, prevendo um futuro de produção sustentável e circular, recriando a natureza num ambiente controlado. A segunda fase, que ocupará uma área de 2500 metros quadrados, totalizando um investimento total de 3,2 milhões de euros (2025), dará início à fase comercial, estimando-se a entrada no mercado, com produtos frescos, no início de 2026.
Gonçalo Amorim, Fundador e CEO da startup BGI, lembrou que mais de 80% do pescado consumido, atualmente, não é de origem selvagem, “tendência que se tem vindo a acentuar”. A Comunidade Europeia está atenta e a trabalhar em alternativas para responder à procura e à escassez dos recursos naturais, mas está, também, dependente de fornecedores [exteriores à CE] que precisam de fazer esta transição para a sustentabilidade.
“Há aqui um desafio. Precisamos de crescer e temos que ver isto como uma oportunidade de investimento dentro da Europa, com novas unidades de aquacultura, e é nesta área que estamos a trabalhar”, disse Gonçalo Amorim.
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