Centro Biomarinho da Nazaré foi inaugurado pelo Ministro do Mar
O Centro Biomarinho, constituído por laboratórios, maternidade de bivalves e zona administrativa, instalado no Porto da Nazaré, foi inaugurado, hoje, pelo Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, pela Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, e pelo Presidente da Câmara Municipal, Walter Chicharro.
A missão deste investimento de 2,2 milhões de euros, com um apoio público de 1,1 milhões de euros, é contribuir para a produção sustentável de alimentos, produzindo sementes para pré-engorda de espécies autóctones, nomeadamente amêijoa boa e amêijoa macha.
Bernardo Carvalho, CEO da empresa, acredita que os bivalves são a solução para mudar a matriz alimentar do mundo”, passando a um “padrão sustentável”.
Já o Ministro do Mar, que saiu impressionado da visita às instalações e à tecnologia instalada, conduzida por uma equipa de 20 funcionários, 10 dos quais doutoradas ou com mestrado, disse ter estado perante um “centro de investimento e desenvolvimento, com uma equipa altamente graduada, um exemplo na introdução de doutorados na produção industrial e comercial”.
Portugal é um dos maiores consumidores de peixe do mundo e dependente da importação de peixe de outros países, tendo o Ministro manifestado o desejo do que se está a produzir na Nazaré “aumente a nossa capacidade de exportação”.
Walter Chicharro, presidente da Câmara Municipal, elogiou o investimento que coloca a Nazaré “na vanguarda da investigação e desenvolvimento no mercado da pesca em geral, e dos bivalves em particular”.
“Este é um projeto que se enquadra no que defendemos para o nosso território. Traz mais rendimento e mais e melhor emprego”.
O autarca lembrou que está a decorrer a 4ª alteração ao PDM que visa criar “condições urbanísticas para a implantação de um negócio de engorda de linguado, que acredito, tal como esta unidade, vai criar emprego e afirmar a Nazaré”.
A maternidade de bivalves, um investimento de 3,6 milhões de euros, comparticipados pelo programa MAR2020, é pioneira no país. Concentra-se na amêijoa europeia, em decréscimo no meio natural, devido à invasão da amêijoa-japónica e à ação do homem. Tem entre as suas missões contribuir para alargar a cadeia de valor da aquacultura em Portugal.
Os dois equipamentos da empresa, o Centro Biomarinho e o viveiro do Algarve, ao largo de Alvor, que representam um investimento de 8 milhões de euros, permitem seguir os bivalves desde a sua criação à comercialização.
No mercado há seis anos, a Oceano Fresco, anunciou que tenciona continuar a crescer.
“Temos o forte desejo de crescimento, expandindo o Centro Biomarinho, criar um campus biomarinho e viveiros de engorda em mar aberto”, explicou Bernardo Carvalho.