Ascensor da Nazaré ilumina-se com as cores da Ucrânia
Uma moção e um voto de solidariedade foram aprovados na Câmara em apoio às vítimas da invasão russa à Ucrânia. A sociedade civil uniu-se em torno do apoio aos deslocados com uma recolha de bens que deverão ser entregues no quartel dos Bombeiros Voluntários até dia 3 de março.
O Ascensor da Nazaré está, desde a passada sexta-feira, iluminado com as cores da bandeira da Ucrânia.
O amarelo e o azul pintaram a linha do transporte após a invasão russa, através de uma ofensiva militar, à Ucrânia.
A esta iniciativa dos Serviços Municipalizados juntou-se a moção, aprovada em reunião de Câmara, que condena a situação de guerra no país, classificada como “um ato de clara violação do direito internacional, promovendo uma invasão a uma nação independente, usando recursos desproporcionais”.
“Infelizmente, foi quebrado o mais longo cessar fogo da História deste continente e logo pela maior nação e a mais armada em termos nucleares. As recentes ameaças à Finlândia e Suécia são um claro exemplo das claras ambições de Putin e do seu regime. Espera-se uma efetiva e célere resposta das nações democráticas a este ataque à liberdade de uma nação independente”, refere a moção.
O documento recorda, ainda, outros momentos da História do velho Continente, como a queda do muro de Berlim, “um ato simbólico para o capitular de um regime ditatorial, que privava a liberdade, não só das Repúblicas que integravam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, mas também de nações como a Checoslováquia, a Polónia, a Jugoslávia, a Hungria e até a Roménia, por via da constante ingerência política e até militar dessa nação, acabando por limitar, e muito, a liberdade destes povos”.
Recorda-se que “com a queda dessa união de estados nasceu na Europa um sentimento de liberdade e muitas dessas nações optaram por modelos que primam por ideias democráticos e de liberdade popular e institucional”.
Sobre a história mais recente, a moção refere “o apoio à Sérvia no conflito fratricida que decorreu nos Balcãs, já foi, à data, uma clara ingerência da Federação Russa, potenciando uma guerra, tendo como base princípios racistas, xenófobos e até de intolerância religiosa. Felizmente, a NATO atuou, de forma a dar por terminado esse flagelador conflito”, refere o documento, referindo ainda que a “principal razão que levou nações como a Letónia, Lituânia, Estónia, a Geórgia, o Azerbaijão e a Ucrânia a afastar-se do jugo da Federação Russa se deveu ao facto de não pretenderem ser estados fantoches como são a Arménia ou a Bielorrússia.”
Voto de Solidariedade para com as vítimas do confronto Rússia-Ucrânia
O vereador do PCP na Câmara, João Paulo Delgado, apresentou, por seu turno, um voto de solidariedade para com as vítimas do conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia.
“A construção da Paz é uma tarefa de todos os dias. Uma construção diretamente dependente do aprofundamento da democracia, da coesão social e da resolução dos problemas reais dos povos em todo o mundo”.
No voto de solidariedade, apela-se ao diálogo e à negociação entre as partes envolvidas com vista ao fim do conflito; manifesta-se a solidariedade com todas as vítimas e sensibilidade para contribuir no que for possível para minorar o sofrimento das mesmas; e “toda a abertura, dentro daquilo que lhe for possível, para acolher refugiados decorrentes do conflito, individualmente ou em parceria com instituições públicas de solidariedade social, bem como com empresas privadas disponíveis para o efeito”.
Mobilização da Sociedade Civil para recolha de bens com destino à Ucrânia
A sociedade civil e associações uniram-se às mensagens de solidariedade que se têm sucedido. Decorre, neste momento, uma campanha de recolha de alimentos, bens essenciais e alimentação destinada a animais.
A iniciativa, que junta a GRUVA e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Nazaré, pretende recolher bens até ao próximo dia 3 de março para os transportar até à Ucrânia, por via terrestre. Os bens deverão ser entregues no quartel dos Bombeiros Voluntários da vila.