Município da Nazaré adere às Autarquias sem Glifosato Herbicidas
A Câmara da Nazaré anunciou a sua adesão às Autarquias sem Glifosato/Herbicidas com a aprovação, em reunião de Câmara, da proposta nesse sentido, e que será enviada à próxima Assembleia Municipal para tomada de conhecimento dos eleitos.
Desde 2020 que o Município tem vindo a optar pela monda térmica e mecânica, em alternativa à aplicação de herbicidas.
Os Vereadores Salvador Formiga e Orlando Rodrigues, responsáveis pela proposta de adesão ao projeto da QUERCUS, justificam a não utilização de químicos controlo de ervas, com os riscos conhecidos, que têm vindo a revelar consequências gravosas para a saúde e para o ambiente de vários herbicidas, em particular daquela cuja substância ativa é o glifosato que apresenta degradação lenta, o que conduz ao arrastamento (pela água da chuva, da rega ou de lavagem) para rios, albufeiras e lençóis freáticos, entre outros; atua na fauna como desregulador hormonal e agente carcinogénico, mesmo em doses muito baixas, sendo absorvido através dos alimentos e da água.
De acordo com a proposta, onde se constata que o herbicida glifosato é o mais usado em todo o mundo, em crescimento nos últimos anos devido à proliferação das culturas transgénicas (OGM) que lhe são tolerantes, refere que “existem outros meios para o controlo das ervas espontâneas, como os mecânicos, biológicos e térmicos, e que por vezes nem se justifica uma tão grande eliminação, pois as ervas apresentam inúmeras vantagens”.
Em períodos chuvosos ajudam à infiltração da água no solo, evitando escorrimentos superficiais que provocam erosão e cheias; fixam carbono e produzem oxigénio e aumentam a biodiversidade vegetal e animal;
A nova lei sobre o uso de pesticidas (Lei n.º 26/2013, de 11 de Abril, que transpõe a Diretiva 2009/128/CE) impõe limites à aplicação destes produtos em espaço urbano e aponta para que só haja aplicação de herbicidas quando não existam alternativas viáveis.
O Município da Nazaré decidiu abandonar o uso de herbicidas e, em particular do glifosato, nas áreas da sua responsabilidade, quer diretamente quer através de empresas concessionárias, tendo em vista contribuir ativamente para um melhor ambiente no seu território e para a proteção da saúde e da qualidade de vida dos seus habitantes.