Projeto Piloto de Reflorestação de Macroalgas no Recife Artificial da Nazaré
No próximo sábado, dia 3 de junho, realizar-se-á, no Centro Cultural da Nazaré, uma sessão de informação da Hope Zones Foundation sobre a intenção e contornos do projeto Piloto de Reflorestação de Macroalgas no Recife Artificial da Nazaré.
A organização pretende receber informação e "feedback de como progredir e que cuidados devemos ter para que este projeto sirva e alavanque a comunidade piscatória como aliada e parceira na conservação dos oceanos.”
Segundo a organização, “o acompanhamento destas organizações será focado na colocação de cabos para macroalgas que descem a coluna de água e a sua colocação em 6 pontos do recife artificial da Nazaré apenas ocupa a zona de cada cabo que desce verticalmente - não há ocupação horizontal como descrito na TUPEM já entregue na DGRM”.
“O estudo científico pretende o monitoramento e estudo quantitativo e qualitativo de como as algas: contribuem para o aumento de biodiversidade marinha, incluindo o aumento dos recursos pesqueiros com importância local; para o aumento da absorção de carbono (CO2) da atmosfera e também proporcionam formas de alimento e saúde alternativas para a Humanidade.”
As atividades deste 1º ano de projeto serão focadas na plantação das sementes, durante o verão, e a posterior colheita em outubro/novembro.
“Em causa está a colocação de seis estruturas no recife artificial da Nazaré com o intuito de promover o crescimento e propagação de florestas de kelp na área em seu redor. As florestas de kelp são ecossistemas altamente produtivos e com uma grande biodiversidade de espécies. Ao usar espécies de alga nativas., estaremos a promover a recuperação de ecossistemas atualmente em declínio e que em caso de sucesso, trarão benefícios ecológicos e sociais”.
As estruturas “serão fixadas aos recifes existentes e espera-se que os próprios recifes sirvam como local onde as algas se fixarão servindo de habitats para várias espécies de pescado”.
Cada estrutura é composta por uma boia flutuante (ficará à superfície), ligada a um cabo (15 m de comprimento) que, por sua vez, estará ligado a um cabo de aço (5 m de comprimento), que ficará fixado ao recife.
As algas estão a ser cultivadas em laboratório pela equipa do SeaForester, em parceria com os laboratórios do IPL em Peniche, “em linhas de nylon, e serão colocadas em redor do cabo da estrutura aquando da colocação das mesmas nos recifes”.
O projecto da Hope Zones Foundation conta com a SeaForester e o CoLAB +Atlantic como parceiros de execução científica, e com o apoio da Câmara Municipal da Nazaré, da World Surf League (WSL) e a Patagónia. “Foi idealizado com uma forte componente social, uma vez que as estruturas poderão ter boias na superfície da coluna de água, e está previsto um acompanhamento dedicado aos pescadores locais e suas associações.”