Rede de Ensino no concelho prepara-se para novos desafios
Naza Summit’24 debate inovação e motivação para cativar alunos.
O NAZA SUMMIT ’24, evento de três dias dedicado ao ensino no concelho e aos desafios que terá de enfrentar para se tornar mais inovador e motivador, abriu, esta manhã, no Teatro Chaby Pinheiro, com a grande conferência, em que participaram nomes ligados à formação, educação e investigação.
Manuel Sequeira, vereador da Câmara Municipal com o Pelouro da Educação, abriu os trabalhos, justificando o evento com a necessidade de toda a comunidade educativa se envolver e “colaborar na tomada de decisão sobre o futuro” sempre que o estudante se confronte com essa necessidade, para evitar, nomeadamente “o êxodo de alunos para outros concelhos”, que facultam ofertas diferenciadas.
Marco Bento, investigador em Tecnologia Educativa da Universidade do Minho, o primeiro orador do dia, falou da transição digital de uma escola do século XIX, construída no século XX para alunos do Século XXI, para chamar a atenção da importância das tecnologias no ensino, da motivação de alunos e professores.
A facilidade e rapidez de acesso a conteúdos informativos é uma realidade, mais “difícil é validar” o que se encontra na rede global, e “é por isso que precisamos de professores e da escola para filtrar o que é fidedigno”, disse o docente, acrescentando que “a diabolização do digital tem a ver com compreensão” e que “a motivação tem a ver com a ação pedagógica da ferramenta” que se está a usar para transmitir conhecimento.
Ana Clara Simões, da FOR – MAR, falou do futuro da formação para a economia azul, uma economia sustentável, e do uso de recursos oceânicos para a engrandecer a economia, sem os danificar.
“O planeta está doente em várias vertentes” e todos podem colaborar com gestos diários que contribuam para um mundo melhor. “80% da poluição marinha tem origem em terra e 80% do lixo no mar é plástico”, disse, lembrando que até 2030 a meta é reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e para isso todos terão que contribuir para essa meta, pelo que a “literacia do oceano, a compreensão a sua importância nas alterações climáticas que estão a acontecer” é essencial.
Rita Borges, convidada a falar da “Educar para uma geração azul”, projeto-piloto a que as escolas do 1º ciclo do ensino básico da rede pública de ensino do concelho aderiu (2018), recordou os dois grandes temas relacionados com a saúde do oceano: a emergência climática e crise da extinção de espécies sem precedentes até à data. “A proteção do oceano não pode estar de costas voltadas para o desenvolvimento económico” e para isso “a literacia sobre o oceano é fundamental”, havendo orientações internacionais para a integração deste tema no ensino das escolas e currículos.
Destaque ainda para a intervenção do empresário Tim Vieira, que falou de inovação e criatividade na escola, a propósito das mudanças que se estão a operar pelo mundo e da “BGA Brave Generation Academy”, que trabalha de acordo com o ritmo de aprendizagem e necessidades dos alunos, e que vê “a falha como uma forma de aprender”.
“Vimos que os nossos alunos começaram a ter menos ansiedade só pela introdução de pequenas coisas”, disse o empresário, que fala da internet “como uma oportunidade”, nomeadamente na gestão do tempo de estudo e de acompanhamento por parte dos professores.
Laborinho Lúcio, outro dos convidados da conferência de abertura do Naza Summit’24, pegou na frase “o futuro será digital”, para afirmar que sobre “ambos sabemos pouco”.
O nazareno, autor de várias obras literárias, antigo ministro da justiça, e magistrado, falou dos princípios do 25 de abril de 1974 [democratizar, descolonizar e desenvolvimento] aplicado a cada um de nós, que devem levar o individuo a questionar-se sobre os direitos humanos na Era [marca uma cultura, diz o que somos] do digital [instrumento].
“Abraçarei o digital, como instrumento, que serve para fazer tudo o que quero, mas não o digital que, por causa dele, tenha que fazer as coisas em função dele.”
As escolas e centros de formação da rede educativa e formativa do concelho (AEN, EPN, FOR-MAR, EDFR e CERCINA) juntaram-se, nestes três dias de evento, ao Município, organizador da iniciativa, num debate à volta da valorização e divulgação da qualidade da Educação e dos agentes educativos do concelho, da oferta educativa e formativa disponível, refletindo, partilhando experiências e saberes.
Com o objetivo de mostrar a oferta educativa e formativa no concelho, e incentivar à continuação dos estudos, nomeadamente no território concelhio, reuniu especialistas da educação com as escolas do concelho numa partilha de experiências e visões das necessidades, qualidades e oportunidades do digital na transmissão do saber.
“O mar e o surf ajudaram a quebrar a sazonalidade, tendo aberto um novo leque de perspetivas de investimentos para as duas próximas décadas. O mar é um importante instrumento na definição da estratégia educativa para o concelho e da política educativa local, devendo os currículos, os projetos e os planos de atividades das escolas do concelho, ter maior atenção às necessidades de desenvolvimento local, numa perspetiva de desenvolvimento da comunidade num todo”.
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