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Capitania do Porto da Nazaré
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O desenvolvimento como praia de banhos e a importância crescente da actividade piscatória levou à criação da Capitania do Porto da Nazaré a 18 de Abril de 1895.
Apesar das referências sobre a pesca na costa da Nazaré serem escassas, a partir dos finais do século XVIII verifica-se um significativo desenvolvimento da actividade piscatória naquela zona, numa época em que os pescadores ainda viviam nos planaltos da Pederneira e do Sítio, resguardando-se dos frequentes assaltos dos piratas argelinos e holandeses, que então actuavam nas águas costeiras portuguesas.
Segundo vários autores e historiadores, foram os pescadores de Ílhavo, que aqui se fixaram, que lhe deram o nome de Praia da Nazaré, em homenagem à Virgem do Milagre. Era ocupada, sobretudo no período de Verão, por pescadores e pelos que buscavam banhos salgados.
Em 1898 foi enviada uma petição à Rainha D. Amélia, então Presidente do Instituto de Socorros a Náufragos, solicitando a instalação de um farol no Forte de S. Miguel Arcanjo, um salva-vidas e algumas bóias de salvação.
Em 1906 o Instituto de Socorros a Náufragos adquiriu a antiga Casa dos Frades situada na Praia da Nazaré e, no dia 4 de Julho de 1908, nela se instalou a Capitania do Porto da Nazaré.
A inauguração da Estação de Salva-Vidas, assim como o lançamento à água da barca de salvação “Nossa Senhora dos Aflitos”, especialmente construída para servir nesta praia, verificaram-se em 1909.
A fixação da Capitania do Porto e a introdução de outros melhoramentos marítimos tiveram um efeito multiplicador, atraindo instituições públicas e privadas, e população, levando ao desenvolvimento da Praia no início do século XX.
Rapidamente a Nazaré se tornou num dos maiores portos de pesca artesanal portuguesa, servida por aqueles que eram considerados os mais laboriosos e arrojados pescadores do nosso litoral. Nos anos 30 existiam mais de 4.000 pescadores e de 500 embarcações inscritas na Capitania do Porto.
Joaquim Bernardo de Sousa Lobo, localmente conhecido por “Joaquim da Rita”, destacou-se como Cabo-de-Mar, entre 1893 e 1914, pela sua coragem e bravura em inúmeros salvamentos, que o tornaram num dos mais venerados heróis do Instituto de Socorros a Náufragos.