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Serra da Pescaria
Ambiente: Sedimentar
Idade: Jurássico Superior, Oxfordiano-Kimeridgiano (161-145 M. a.)
Tipo de rocha: Calcários, calcários margosos e argila
Classificação: em vias de classificação como Imóvel de Interesse Municipal
Altitude máxima: 177 metros
A sul da Nazaré, afloramento paralelo à orla costeira onde afloram as rochas mais antigas da região da Nazaré, de há cerca de 154 milhões de anos. São depósitos do Jurássico Superior, que mostram uma estreita ligação com a atividade tectónica, ligada à 2ª fase de “rifting” de abertura do oceano Atlântico e separação do supercontinente Pangea.
As estruturas presentes na Serra da Pescaria sofreram também alterações tectónicas devido à intrusão diapírica caracterizada por “Margas da Dagorda” que originaram o “vale tifónico” das Caldas da Rainha.
Esta formação, delimitada por falhas inversas, originou um vale coberto por sedimentos mesozóicos e cenozóicos, onde, no bordo ocidental, vamos encontrar a Serra da Pescaria.
Este vale permitiu, em tempos, a existência da conhecida Lagoa da Pederneira que, devido ao assoreamento natural e também por pressões antrópicas, acabou por sofrer uma colmatação gradual até ao seu desaparecimento no séc. XIX.
Esta estrutura do Jurássico Superior é caracterizada, essencialmente, por duas formações distintas: as “Camadas de Montejunto”, que datam do Oxfordiano médio a superior; e as “Camadas de Alcobaça” do Kimeridgiano (episódio transgressivo).
Nestas formações, essencialmente calcárias a calcário-margosas, podemos observar duas pistas de dinossáurios, uma delas numa camada sub-vertical coberta de icnofósseis do género Thalassinoides.
Para além destas pegadas de dinossáurio, podemos também observar um elevado conjunto de outros fósseis de organismos essencialmente marinhos como bivalves, gastrópodes, corais, oncólitos, rudistas e espongiários que indicam uma fácies marinha de águas de temperatura mais elevada, correspondente a climas mais tropicais.
A flora desta região é rasteira, típica de zonas costeiras próxima ao mar, está ainda bem conservada e podem-se observar espécies tipicamente mediterrânicas.
No bordo ocidental da Serra da Pescaria, no sector litoral da região a Sul da Nazaré, desde a foz do rio Alcoa até ao limite da praia do Salgado, podemos encontrar uma estrutura dunar ativa, bastante complexa, formada por dois cordões dunares, separados por um corredor interdunar onde as associações vegetais evidenciam as diferentes condições mesológicas que caracterizam esta costa litoral.